CAIS DO OLHAR

sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

O APELO DA PROVÍNCIA


Desde que nasci até sair de casa dos meus pais, morei numa das mais movimentadas avenidas da capital - e, às vezes, dizem-me que ainda trago o cheiro da gasolina agarrado à pele e o eco do trânsito nos ouvidos. Passei a infância cheia de pena de não poder ir "à terra", como tantas colegas que tinham quintas, hortas e avós num canto qualquer do país; mas a minha família paterna estava em Lisboa pelo menos desde o reinado de D. Luís; e a materna, antes de poder ver a Sé da janela de casa, entretivera-se por áfricas e brasis, sem nunca sentir o apelo da província.

Maria do Rosário Pedreira
Sammy, o paquete à(s) 22:41

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