Tantos ali viveram, que amavam
o amor, o despertar, o
limpar o pó às coisas.
O poço não tem fundo
nem tem lua,
os antigos moradores
foram-se embora
e não levaram nada com
eles.
Ao sol da véspera a
hera desenvolve-se,
resta a fuligem a nódoa
de café dos que se foram.
Ligo-me aos sonhos
escalavrados.
Amo o sarro da alma dos
outros
nestas franjas grenat
misturado,
o suor dos
empreendimentos que falharam.
Porteira! Compro,
compro a cabana.
Se ela me aborrecer, espeto-me.
Abrirão aas janelas…
Põe outra vez a tabuleta.
Um homem entre, fareja, recomeça.
Tradução
de José Fernandes Fafe
Legenda: fotografia de André Giese

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