domingo, 23 de novembro de 2025

CONVERSANDO


 Os velhos anúncios a dizerem-nos que nove de cada dez estrelas usam LUX.

Por lá andaram Marlene Dietrich, Sophia Loren, Elizabeth Taylor, Audrey Hepburn, até a nossa Amália Rodrigues.

Mas venho por outro sabonete: O Feno de Portugal.

Nasci em 1945, o sabonete em 1930, e foi o meu sabonete nos primeiros dias de por aqui andar.

Ainda hoje ando com ele.


É daqueles produtos que não se esquecem. 

Neste caso pela particularidade do nome, é certo, mas também pelo bucolismo que foi transmitido nos anos 80 pelo anúncio televisivo onde uma jovem loura esvoaçava graciosamente no meio de feno, flores pelo, cores e aromas.

O slogan era: Feno de Portugal, o encanto da natureza.

 O grafismo da embalagem tem mudado, o aroma do sabonete do meu tempo de nascer, também.

Um aroma pode ficar na memória?

As mãos de minha mãe percorrendo o meu corpo?

O fim da vida que se vai aproximando, não lembrar o que almocei, mas sentir o cheiro do meu primeiro sabonete.

Gestos de puxa e empurra, memórias...

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