segunda-feira, 1 de dezembro de 2025

O OUTRO LADO DAS CAPAS

O livro está basto manuseado, a capa voou para algures, e socorri-me do anúncio de um alfarrabista na internet, para o colocar em Olhar as Capas.

Havia um puto, o Buddy que foi testemunha de um crime, numa noite de Verão, quando passava o tempo na escada das traseiras do prédio em que vivia com os pais. Os assassinos deram-se conta do que os olhos do puto viram e tentaram matá-lo.

Eu tinha, mais ou menos, a idade do Buddy quando li o conto na Antologia do Romance Policial. Recordo bem a sua leitura, devorei-o numa noite, a ansiedade, o suspense, os arrepios estão, hoje bem presentes.

Talvez pudesse dizer que a leitura deste conto de William Irish, lançou-me para o futuro gosto por romances policiais. Fui um ávido e constante leitor dos livros da Colecção Vampiro que existiam na Biblioteca da Casa.

Mais tarde vi, no Cinema Rex, o filme a preto e branco e todos aquele labirinto das escadas de ferro onde decorre a acção.

Buddy era um rapaz imaginativo. Naquela noite viu o crime e, sozinho, os pais não acreditavam nele («Da próxima vez que me apareças com intrujices, ferro-te uma sova que perdes a vontade de as repetires.»), a polícia também não, mas consegue desvendar o que os seus olhos viram.

E voltei a ler o conto.

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