quinta-feira, 18 de dezembro de 2025

REVISITAÇÃO DE POEMAS DE NATAL


 

Natal


Neste caminho cortado

Entre pureza e pecado

Que chamo vida,

Nesta vertigem de altura

Que me absorve e depura

De tanta queda caída,

É que Tu nasces ainda

Como nasceste

Do ventre da Tua mãe.

Bendita a Tua candura.

Bendita a minha também.

 

Mas se me perco e Te perco,

Quando me afogo no esterco

Do meu destino cumprido,

À hora em que Te rejeito

E sangra e dói no Teu peito

A chaga de eu ter esquecido,

É que Tu jazes por mim

Como jazeste

No colo da Tua mãe.

Bendita a Tua amargura

Bendita a minha também.

 

Reinaldo Ferreira em Natal…Natais

Legenda: pintura de Heidi Malott

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