O Existencialismo É Um Humanismo
Jean-Paul Sartre
Vergílio
Ferreira
Tradução e notas
de Vergílio Ferreira
Editorial
Presença, Lisboa, Novembro de 1964
Do alto porém, de uma vida que já apela para um
balanço, de uma obra que, se a não olharmos, a sentimos todavia como um olhar,
o que de Sartre nos fala não é só o que nos fala, mas ainda o que há palavra se
recusa, o silêncio que dela sobra e onde se nos instala a admiração comovida.
Eis aí o «autor escandaloso» e que é o homem, diz Ponty, o «’menos provocante».
Eis aí o escritor «sujo» e o homem de uma conduta moral invulgar, talvez o «santo»
de que nos fala C. Rochefort. Eis o agitador, o mestre da «devassidão» e o
trabalhador monstruoso de uma esmagadora, o austero pensador de um rigor que é
quase rigorismo. Por sobre o amontoado legendário do equívoco, do anedótico, das
fáceis interpretações, dos magazines, das esquinas do ócio, do fumo dos cafés,
um homem levanta-se e a História reconhece-o. Desse tentámos falar. A esse
admiramos e respeitamos.
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