segunda-feira, 24 de julho de 2017

PASSOU A BATER COM A PORTA


Na base de toda esta organização está o dinheiro. O homem e a mulher têm que comer, têm que se vestir, pagar os combustíveis, a água, a luz, o telefone, a renda da casa, etc., o que obriga, ou obrigava, a que a questão do casamento só se pusesse quando o homem tivesse emprego e nele ganhasse o suficiente. Digo o homem e não a mulher porque naquele tempo as mulheres, em regra geral não eram empregadas. (Quando passaram a estar empregadas, o que, em grande escala, se processou durante a minha vigência neste mundo, o casamento entrou imediatamente em crise. A mulher passou a poder sair de casa e a bater com a porta sempre que as relações com o homem se turvavam, porque alcançara a independência económica, o que permite afirmar que, em grande parte, o casamento é um problema económico. Aliás num passado mais distante, a consumação do casamento dependia declaradamente, sem pejo nem rodeios, dos interesses económicos das famílias dos cônjuges.)

Rómulo de Carvalho em Memórias

Legenda: imagem Shorpy

Sem comentários: