domingo, 20 de agosto de 2017

TANTO QUE HÁ POR FAZER"


Até ao dia 18 de Agosto, a GNR já tinha levantado 782 processos de contraordenação por incumprimento da legislação que estabelece o Sistema Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndios. São multas por comportamentos negligentes dos donos das terras, como a falta de gestão das faixas combustíveis, as fogueiras ou queimas, ou a falta de limpeza dos terrenos ou da limpeza junto às estradas.

 Mas até ao momento apenas foram pagos 74.040 euros em coimas (65.240,00 euros por singulares e 8.800,00 por empresas)."A maior parte dos proprietários prefere pagar a coima, no valor de 140 euros, do que mandar limpar o terreno, o que custa 500 a mil euros

Os 74 mil euros são uma gota no vasto oceano de danos causados pelos fogos.  

O incêndio de Pedrógão Grande causou 497 milhões de euros em prejuízos totais. O Estado só conseguiu arrecadar um milhão de euros em autos de contraordenação pagos por proprietários de terrenos florestais desde 2014 até agora.

Segundo descreve o Diário de Notícias de hoje, é à GNR que compete "carregar" a estatística das causas dos incêndios para o Sistema de Gestão Florestal.

Até ao dia 2 de agosto, a Guarda tinha investigado as causas de 8122 fogos, concluindo que 40% das ocorrências, ou seja, 3320 incêndios tiveram causas negligentes. Depois houve 1374 fogos que foram causados com dolo ou intenção, 17% do total. Registados ainda 699 fogos, 9% do total, que tiveram origem em reacendimentos e apenas 82, apenas 1%, que surgiram por causas naturais. A destacar, um conjunto apreciável de incêndios com causa desconhecida: 2647, ou seja, 33% do total. «Nestes, em que não foi possível apurar a causa dado o estado do terreno por causa da deflagração, ou por outros motivos, podem ter sido intencionais ou negligentes. A verdade é que em 85% dos casos os incêndios foram causados por intervenção humana. Quanto aos fogos causados por reacendimentos, mostram "que a vigilância pós incêndio não funcionou», segundo um responsável.
Este ano, a Guarda já identificou 700 indivíduos como potenciais incendiários, nas aldeias e zonas rurais do país.

No sábado, na zona de Sintra,um homem de 78 anos foi detido  depois de ter sido apanhado pela GNR em flagrante delito enquanto ateava fogo ao Parque Natural Sintra-Cascais.

Após a detenção, o indivíduo confirmou a autoria do crime, acrescentado que era a quinta vez que tentava atear fogo naquela zona do parque natural. As autoridades encontraram, inclusive, várias provas que o comprometiam, na viatura em que se fazia transportar.

Segundo a GNR, o arguido cometeu ainda um crime de corrupção activa na forma tentada, quando, já detido, tentou ofereceu 230 euros em dinheiro aos elementos da GNR para o libertarem.

Segunda-feira comparece perante um juiz.

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