sexta-feira, 1 de maio de 2015

OS IDOS DE MAIO DE 1975


1 de Maio de 1975

 O povo voltou a descer às ruas, mas ficou um tanto ou quanto longe do entusiasmo do primeiro 1º de Maio.
Deveria ter sido, mas já muita água correra por debaixo das pontes.
Tal como se lê em Portugal Depois de Abril:


José Luís Judas, na altura era um dos principais dirigentes da Intersindical, assistiu a tudo.
Já afastado das lides políticas e sindicais, já depois de ter aderido ao Partido Socialista, chegando a ser Presidente da Camara de Cascais.
Judas revela aos autores de Os Dias Loucos do PREC:
«Quem deu ordem para não deixar entrar Mário Soares foi o major responsável da segurança da tribuna, ligado aos sectores esquerdistas». O major em causa era Campos Andrada que, segundo um documento da Comissão Política do CR, «se declarou contrário à entrada fosse de quem fosse na tribuna, temendo consequências desagradáveis para o PR». Os socialistas reagem e retiram-se do estádio. José Luís Judas considera que «esse 1º de Maio marca o início da ruptura do PS com o resto da esquerda. O PS percebeu que era um excelente pretexto para começar a separar as águas».
César Oliveira em Os Anos Decisivos:
Penso ter começado aqui, com os incidentes do Primeiro de Maio e com a passividade, perante essas ocorrências, do Conselho da Revolução, um processo de crise política, cada vez mais profunda, que só terminaria no 25 de Novembro.
Mário Soares, numa entrevista a Maria João Avilez em 1995, há-de, cito de memória, que entraram no Estádio lº de Maio para estragar a festa, entrando aos socos e encontrões.


Fontes:
- Acervo pessoal;
Os Dias Loucos do PREC de Adelino Gomes e José Pedro Castanheira.
- Portugal Depois de Abril de Avelino Rodrigues, Cesário Borga, Mário Cardoso.
- Os Anos Decisivos de César Oliveira.  

Legenda: tribuna do comício do 1º de Maio de 1975.


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