sábado, 10 de fevereiro de 2018

GARE


O comboio perdeu-se no negrume
da noite e da distância.

A leva dos emigrantes
                                      - num sonho de riqueza
e na esperança de vida –
enchera o monstro.

Na gare, choros e gritos!
Namoradas perdidas,
mães velhinhas
E os amigos,
numa espécie de inveja dolorida,
por não poderem partir.
Na gare a dor em cada face!

E só eu
             - que não era um emigrante –
só eu tive um sorriso de mulher
pedindo que voltasse

Álvaro Feijó em Os Poemas de Álvaro Feijó

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