segunda-feira, 18 de abril de 2016

A HISTÓRIA DO TEATRO ÁDÓQUE


Neste sábado, na Associação Renovar a Mouraria, foi lançado o livro da autoria de Luciano Reis: Teatro Adóque (1974-1982) História de um Sonho Teatral.

Presentes alguns dos que, durante 8 anos, levaram a cabo um dos projectos mais interessantes do nosso Teatro de Revista.

Quis o acaso que o livro fosse lançado escassos dias depois da morte de Francisco Nicholson, o grande impulsionador deste sonho teatral.

Mesmo debilitado, ainda conseguiu forças para  escrever as breves linhas que constituem o prefácio:

«Foram momentos inolvidáveis, heroicos, irrepetíveis.
Dir-me-ão que havia qualquer coisa de místico, em tudo isto. Dir-vos-ei que nunca o Adóque foi um templo onde se adorassem deuses, venerassem santos os reverenciassem palavras sacerdotais.
Éramos irreverentes, descarados, impertinentes, malcriados, mas, sempre fraternos, generosos, despojados. Ah!... sempre com a preocupação de sermos politicamente muito incorrectos.
Tínhamos um sonho. Ousámos sonhá-lo intensamente para que mais luminosamente se tornasse real.»

O livro de Luciano Reis , com histórias e fotografias, faz a história do Adóque, bem como a nomeação de todos os que, durante oito anos tornaram o sonho possível. Muitos deles ainda no meio teatral, outros na televisão e outros que, infelizmente, já não se encontram entre nós.

Na apresentação do livro estiveram os actores Rui Mendes, Magda Cardoso e Virgílio Castelo que, no seu depoimento escreveu:

«Nunca me tinha passado pela cabeça ser actor e aos 21 anos quando conheci aquele grupo de pessoas que já admirava do teatro e da televisão, estava londe de pensar que viria a partilhar a minha vida com eles e a moldar o meu futuro a partir do que eles me ensinaram.»

O livro  termina com uma longa lista de todos aqueles que fizeram uma época marcante da nossa cultura, mais de três centenas de nomes, entre actores, bailarinos, autores, encenadores, compositores, músicos, coreógrafos, figurinistas, costureiras, caracterizadores, técnicos, pessoal das bilheteiras e de outos tipos de apoio e até os jornalistas que faziam o Jornal Adóque.

Segundo números referidos no livro, o Ádóque produziu 21 espetáculos, aos quais assistiram mais de 1,2 milhões de espetadores, em Lisboa e em mais de 70 localidades do país, tendo a sua produção de palco dado origem a 15 discos sendo 12 singles e três álbuns.

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