terça-feira, 8 de outubro de 2019

OLHAR AS CAPAS


O Filme e o Realismo

Baptista-Bastos
Capa: Óscar Carneiro
Colecção Nova Crítica nº 14
Editora Nova Crítica, Porto, Dezembro de 1979

«Uma obra de arte entendida dinamicamente consiste, precisamente, no processo de disposição das imagens na mente e nas sensações do espectador, princípio dinâmico que está na base de todas as imagens verdadeiramente vivas.» Estas palavras de Eisenstein assumem, à distância dos anos, uma ressonância de apelo, sobretudo agora, em que a posição de um grupo de intelectuais e escritores portugueses, cujas obras reflectem uma séria tentativa para redescoberta do homem nacional, se opõem teses abstractas e um formulário que, nascido de erros gnoseológicos, coloca o homem no plano de uma impenetrável natureza morta. Com o estatismo contemplativo, alçapão por onde têm tombado alguns bons escritores portugueses, se antagonizam os intelectuais, que, através de uma pesquisa mais humana do que laboratorial, procuram localizar os problemas modernos. A polémica que se avizinha afigura-se-nos, talvez, mais importante e concludente do que a estabelecida na década 30-40. A chave, nessa altura, foi o neo-realismo. O neo-realismo de ontem está ultrapassado? Viva o realismo de amanhã!

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