sexta-feira, 26 de julho de 2024

DOS REBOTALHOS E COISAS ASSIM...


 A esperança média de vida dos norte-americanos tem vindo a diminuir.

As causas são a miséria, o alcoolismo, a fome, o abandono.

A América é uma reserva de ignorância.

 Na América do interior do profundo nada acontece, para além do desemprego, da miséria, o terreno mais que fértil de uma enorme reserva de ignorância. Sim, a ignorância e um longo mergulho no vazio, o insuportável vazio de onde nunca se sai. São esta gente que elegeram Bush filho por duas vezes e Trump e se preparam, de novo, para o colocarem na Casa Branca são personagens que vivem na mais profunda solidão. O seu futuro é incerto e a tragédia está sempre à espreita.

É essa América profunda, que aparece nesse belíssimo filme «Três Cartazes à Beira da Estrada» e que certa literatura, certo cinema, tantas vezes nos trazem , uma miséria e uma ignorância abissais, uma classe média baixa, triste no seu viver, mergulhada no álcool e na televisão, nos churrascos pelos domingos nos jardim da casa, com bandeira à porta, alguns dias de campismo, pescar à beira de um lago, o carro, o cão, os mais diversos electrodomésticos que os deixam quase dinheiro.

Sim, há Nova Iorque, mas isso não é a América, é um caso de estudo.

Lionel White, um escritor de policiais, de segunda ou terceira ordem, deixou escrito num dos seus livros:

«Há ocasiões em que odeio Nova Iorque e os milhões de pessoas apressadas, nervosas e egoístas que a povoam. Uma pessoa inocente pode ser brutalmente assassinada perante meia centena de testemunhas sem que ninguém levante a mão para a defender ou para, sequer, dar o alarme.Pergunto-me se terá sido isto que sucedeu a Karl Swendson.Uma coisa é certa: passaram a poucos palmos da valeta onde jazia o seu corpo esfacelado pelo menos vinte pessoas, e nenhuma delas se dignou ver se estava ligeira ou gravemente ferido, se estava vivo ou morto. Nem uma se deu ao trabalho de telefonar a Polícia.»

1.


Recorte do Expresso, 28 de Junho

Estavam sem trabalho 304 946 pessoas no final dos primeiros seis meses do ano, uma subida de quase 10%. Mais do que em Maio, quando se registou um aumento de 8,5%, e do que há um ano, altura em que o desemprego caiu quase 2%.

2.

Menos de 10% das câmaras têm plano para migrantes. Lisboa e Porto com muito trabalho a fazer. Em 309 municípios apenas 23 actualizaram planos para a integração em  2022 e 2023.

3.

Alguém terá dito que as amizades nunca estão terminadas, ficam ocasionalmente abandonadas.

4.

«Algo está sempre a acontecer. Por isso escrevo. Escrevo porque algo aconteceu ou acontece. Escrever é isso, mas escrever é sobretudo produzir acontecer».

Ana Hatherly em Tisanas

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