quarta-feira, 25 de abril de 2012

VIAGEM EM REDOR DE UMA REVISTA


Esta foi a escolha, para o dia 25 de Abril de 1974, que Eduardo Guerra Carneiro fez para os leitores do Cinéfilo.

Apesar dos desejos do Eduardo, para que os leitores dessem um salto à Livraria Opinião, para ver as fotografias de teatro do Alfredo Cunha, temos que pensar que os leitores do Cinéfilo, como a enorme multidão que invadiu as ruas de Lisboa para, neste 25 de Abril de 1974, chegar ao Largo do Carmo, tinham outras intenções, a feliz possibilidade de participarem num acontecimento de que, quem por lá andou, jamais esquecerá, o ficar a saber, definitivamente,de como um dia foi tão importante para tanta gente

Sabe-se hoje que, muitos outros acontecimentos se registaram ao longo destes
38 anos, , mas todas aquelas longas-breves horas daquele dia, jamais serão esquecidas.

So quem viveu antes daquele dia de Abril, podem perceber que não há preço para a alegria vivida nas ruas.

Tão perto ficámos da felicidade. Faltou apenas um golpe de asa

Mas também sabemos agora, que muita daquela gente, em breves tempos, iria mudar de rumo.

Nem sequer lembro se a Livraria Opinião abriu as portas, mas, em frente da livraria, ficava o República e, ainda tenho nos ouvidos, o som das rotativas imprimindo, pela primeira vez em 48 anos, um número do jornal, que não tinha sido visado pela Comissão de Censura.

Se até agora nos temos debruçado sobre as ofertas cinematográficas que o Cinéfilo propunha, olhamos hoje para as ofertas teatrais.

No Teatro Maria Matos, com encenação de Artur Ramos e interpretação de Rogério Paulo, Fernanda Borsatti, António Montez, podia ver-se: Morte de Um Caixeiro Viajante de Arthur Miller.

No Teatro Vasco Santana, com bilhetes de 20 a 80 escudos, representava-se O Mar de Edward Bond, com encenação de Luzia Maria Martins e interpretação de Rui Pedro, Mário Pereira, Helena Félix.

No Teatro Laura Alves, Zoo Story, peça de Edward Albee, encenação de Costa Ferreira e interpretações de José de Castro e Canto e Castro.

Em Torres Vedras o Grupo de Teatro de Campolide representava Filopópulus de Virgilio Martinho, encenação de Joaquim Benite.

Na Parede, na Sociedade União Paredense, A Comédia Mosqueta de Angelo Beolco pelos Bonecreiros e encenação de Mário Barradas.

Com a ante-estreia no Ginásio do Atlético Clube da Baixa da Banheira, a Veto-Teatro Oficina, depois de vencidas todas as dificuldades que se levantaram à realização do espectáculo, apresentava Olé! Olé, uma adaptação de textos de António José da Silva (O Judeu) e José Daniel Rodrigues da Costa.

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