9 de Dezembro de
1975
Ainda não tinha
passado um mês sobre o 25 de Novembro, e já a direita reivindicava o seu
espaço.
De resto, para
que serviu o 25 de Novembro senão para contentar os saudosos dos tempos da
outra senhora e que, num passe de mágica mandrakiano, no dia 26 de Abril
acordaram democratas?
Em articulação
com a CAP- Confederação dos Agricultores de Portugal, capitaneados pelo
secretário-geral, José Manuel Casqueiro, o Grupo dos Nove força os acontecimentos na noite
de 24 de Novembro e mais de 15 mil agricultores cortaram, em rio Maior, a
estrada Lisboa/Porto.
No feriado do 8
de Dezembro, o CDS realizou, em Rio Maior, um comício onde discursam Freitas do
Amaral, Basílio Horta e o General Galvão de Melo.
Os jornais de
hoje dão largo destaque ao comício.
Os títulos do Jornal
Novo e de A Luta falam por si.
O general, de
imaculada camisola de gola alta, durante o seu discurso, gritou:
Esta é a moca de Rio Maior! Creio que todos a conhecem
e que ela nos fala melhor ao sentimento de portugueses.
E os
agricultores gritaram:
General só há um, o Galvão e mais nenhum e Galvão e Amaral salvem Portugal.
Galvão de Melo
propôs, ainda, ao povo de Rio Maior para fazer com que os comunistas só
parem no mar e aí os deixem morrer… de morte natural!
Freitas do Amara,
por sua vez,l garantia que sem a propriedade privada não haverá democracia.
Fontes:
-Acervo pessoal
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