quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

OS IDOS DE DEZEMBRO DE 1975


9 de Dezembro de 1975

Ainda não tinha passado um mês sobre o 25 de Novembro, e já a direita reivindicava o seu espaço.

De resto, para que serviu o 25 de Novembro senão para contentar os saudosos dos tempos da outra senhora e que, num passe de mágica mandrakiano, no dia 26 de Abril acordaram democratas?

Em articulação com a CAP- Confederação dos Agricultores de Portugal, capitaneados pelo secretário-geral, José Manuel Casqueiro, o Grupo dos Nove força os acontecimentos na noite de 24 de Novembro e mais de 15 mil agricultores cortaram, em rio Maior, a estrada Lisboa/Porto.

No feriado do 8 de Dezembro, o CDS realizou, em Rio Maior, um comício onde discursam Freitas do Amaral, Basílio Horta e o General Galvão de Melo.

Os jornais de hoje dão largo destaque ao comício.

Os títulos do Jornal Novo e de A Luta falam por si.


O general, de imaculada camisola de gola alta, durante o seu discurso, gritou:

Esta é a moca de Rio Maior! Creio que todos a conhecem e que ela nos fala melhor ao sentimento de portugueses.

E os agricultores gritaram:

General só há um, o Galvão e mais nenhum e Galvão e Amaral salvem Portugal.

Galvão de Melo propôs, ainda, ao povo de Rio Maior para fazer com que os comunistas só parem no mar e aí os deixem morrer… de morte natural!


Freitas do Amara, por sua vez,l garantia que sem a propriedade privada não haverá democracia.

Fontes:
-Acervo pessoal

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