sexta-feira, 4 de outubro de 2013

UMA DE DEMASIADAS MANHÃS


Lá no fundo na rua os cães ladram
E o dia escurece
Quando a noite for caindo
Os cães perderão o latido
E a noite silenciosa quebrar-se-á em pedaços
A partir dos sons no interior da minha mente
Pois atrasei-me mil milhas
E uma de demasiadas manhãs

Da encruzilhada do meu umbral
Os meus olhos começam a turvar-se
Ao voltar a cabeça para o quarto
Onde o meu amor e eu nos deitámos
E de novo contemplo a rua
O passeio e o letreiro
E atrasei-me mil milhas
E uma de demasiadas manhãs

É uma sensação ávida e inquieta
Que nada de bom significa para ninguém
Quando tudo o que estou a dizer
Podes dizê-lo tão bem como eu
Tens razão pelo teu ponto de vista
Eu tenho razão pelo meu
Ambos nos atrasámos mil milhas
E uma de demasiadas manhãs

Bob Dylan

Canção do álbum The Times They Are A-Changin (1964)

Bob Dylan em Canções Volume I (1962-1973) Relógio D’Água, Lisboa Setembro de 2006

Legenda: não foi possível obter o autor/origem da fotografia.

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