quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

OLHAR AS CAPAS


Madame Bovary

Gustave Flaubert
Tradução: João Pedro de Andrade
Capa: Fernando Mateus sobre pintura de Renoir
Relógio D’Água, Lisboa 1991

- Sabes do que a tua mulher precisa? – dizia a velha Bovary. É de se entreter em qualquer coisa, ter obras de mão para fazer. Se ela fosse obrigada, como tantas, a ganhar o seu pão, não andava lá em casa com essas teias de aranha, que é o resultado de uma porção de ideias que se lhe meteram na cabeça, e de viver sem saber nada.
- Mas ela trabalha – observou Carlos
- Ah! trabalha? Em quê? O trabalho dela é ler romances, livros ruins, obras contra a religião e onde se faz troça dos padres com palavreado tirado de Voltaire. Quem se ocupa dessas coisas não vai longe, meu pobre filho, e quem não tem religião acaba sempre por levar má volta.

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