quinta-feira, 26 de junho de 2014

OS IDOS DE JUNHO DE 1974


15 a 23 de Junho

NA ILHA TERCEIRA, Spínola e Richard Nixon analisaram o problema dos territórios do ex-Ultramar e da cedência da Base das Lajes.

AINDA sem solução greve dos pescadores de sardinha de Matosinhos.

CONTINUANDO o impasse na Timex os trabalhadores aventam a hipótese de vender os relógios armazenados.

O MAJOR Pedro Pires, chefe da delegação do PAIGC às conversações de Argel declarou que não houve respostas concretas da parte da delegação portuguesa.

AdAM MALIK, ministro indonésio dos Negócios estrangeiros, afirma que a Indonésia não intervirá nos assuntos de Timor.

CERCA de 35 mil trabalhadores dos CTT estão em greve.

COMEÇOU a ser discutido em Conselho de Ministros o diploma de criação da comissão «ad hoc» para controlo dos meios de comunicação social, até à publicação das novas leis especificas.
O jornal República recordava:



Num artigo «Política e Cinema Político», assinado por João Lopes e publicado na Seara Nova de Junho de 1974 citava-se Jean-Luc Godard:
É preciso começar por aprender a pôr os problemas de uma forma diferente. De outro modo, no cinema como em qualquer outra luta social, não saberemos responder senão de uma forma antiquada a questões completamente novas.

EFECTUA-SE a primeira homenagem pública a José Dias Coelho com o descerramento de uma lápide na Rua da Creche, onde em Dezembro de 1961, o pintor e escritor comunista foi assassinado por elementos da PIDE.

O PAINEL executado em 10 de Junho por 48 artistas do Movimento Democrático de Artistas Plásticos, passará a estar exposto na Galeria de Arte Moderna em Belém.

COMPLICOU-SE inesperadamente a situação na Siderurgia Nacional. Os trabalhadores aguardam um encontro com António Champalimaud.

FINAL DE UMA Carta Aberta a 200 Capitães da autoria de Artur Portela Filho e publicada no República de 17 de Junho de 1974:
Uma revolução não aparece feita, faz-se.
Uma revolução não se deixa a meio acaba-se.
Quando defendemos, u unidade entre o povo e as Forças Armadas, não estamos a apenas a defender a unidade entre o povo e a totalidade das Forças Armadas, de que a Junta de salvação Nacional é uma parte.
De resto, estamos a descobrir uma coisa enorme que é o facto de que as Forças Armadas somos nós.
A nossa força é sermos todos.
Sermos um é a nossa fraqueza.


Fontes: Recortes de acervo pessoal, Diário de Uma Revolução, Mil Dias Editora, Lisboa, Janeiro de 1978, Portugal Depois de Abril de Avelino Rodrigues, Cesário Borga, Mário Cardoso, Edição dos Autores, Lisboa, Maio de 1976, Portugal Hoje, edição da Secretaria de Estado da Informação e Turismo,
A Funda, Artur Portela Filho, Editora Arcádia, Lisboa

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