segunda-feira, 30 de março de 2015

QUANDO OS RELÓGIOS BATEM TÃO CERTO


Quando os relógios batem tão perto
como dentro do próprio coração,
e as coisas com vozes débeis
perguntam umas às outras:
- Estás aí? - :

então não sou o mesmo que de manhã acordou,
a noite dá-me um nome
que nenhum daqueles a quem de dia falei
ouviria sem angústia -

Cada porta
cede dentro de mim...

Rainer Maria Rilke, citado por Ana Teresa Pereira em A Cidade Fantasma, Editorial Caminho, Lisboa Março de 1993.

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