segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

OLHARES


A Praça do Chile está dentro das fronteiras, largas fronteiras, da rua onde nasci.

No meio da praça está a estátua de Fernão de Magalhães, da autoria do escultor chileno Guilherme Cordoba, inaugurada no dia 17 de Outubro de 1950.

Antes, estava a Fonte de Neptuno, originária do antigo Chafariz do Loreto que se ergueu no Lardo do Chiado entre 1771 e 1853 e da autoria de Machado de Castro.

A Praça do Chile pertence à Freguesia de Arroios e tomou esta designação em 1928, em homenagem à República do Chile.

A estátua de Fernão de Magalhães é idêntica à que se encontra em Punta Arenas.


Quando a Estátua de Neptuno deixa a Praça do Chile, teria à volta de 5 anos, mas não tenho nenhuma ideia de a ver por ali.

Luiz Pacheco nasceu na Rua da Estefânia no nº 91, no 1º andar, e por ali viveu durante vinte anos.

A minha casa da Estefânia tinha muita gente e havia um relógio na casa de jantar, outro na cozinha, o criado da velha tinha um relógio, a velha tinha outro relógio, toda a casa funcionava com os relógios. Depois as pessoas iam morrendo, o tempo passava, os relógios iam parando, iam-se estragando com o tempo.

(Entrevista a João Paulo Cotrim, Verão de 1995 em O Crocodilo Que Voa.)


Numa entrevista concedida a João Pedro George, Maio de 2005, também incluída em O CrocodiloQue Voa, Pacheco refere a zona Estefânia/Praça do Chile:

A Praça do Chile está na mesma… não está exactamente na mesma porque havia um lago no meio… o lago que depois estava no Largo Dona Estefânia… nos meus 14 anos, no tempo do liceu, havia a rua de grande movimento e muito populosa que era a Morais Soares, havia a Carvalho de Araújo, que ia até à Alameda, e depois acabava… não havia a Alameda, não havia o Técnico, depois era o Areeiro e até à Avenida do Brasil, ao aeroporto, eram terrenos, quintas aqui ou ali, pequenas quintas, depois eram zonas de despejo, onde as camionetas despejavam ali nos terrenos…

Sem comentários: