quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

OLHAR AS CAPAS


Viajante Solitário

Jack Kerouac
Tradução: Fernanda Pinto Rodrigues
Capa: Pedro Metello
Colecção Minerva de Bolso nº 39
Editorial Minerva, Lisboa, Junho de 1975

Dois dias depois, o S.S. Roamer levanta fero sem mim porque no sindicato não me deixaram entrar, não estava inscrito, e disseram-me que só me restava ficar por ali uns meses a trabalhar no cais ou qualquer coisa e esperar por um barco de cabotagem para Seattle e eu pensei «se 6tenho de viajar pelas costas descerei a costa que cobiço». Por isso, vejo o Roammer abandonar o cais de Pedro, novamente à noite, com a luz vermelha de bombordo deslizando pela água fora seguidas pelas luzes fantasmais dos mastros, vup! (o apito do pequeno rebocador), depois as luzes fracas, gandarviformes, ilusórias e reminiscentes dos Maias das escotilhas onde alguns dos tripulantes lêem nos beliches, outros petiscam na messe e outros, como o Deni, escrevem cartas veementes, com uma grande caneta de tinta permanente vermelha, assegurando-me que na próxima viagem à volta do mundo embarcarei no Roammer.

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