E qual será o “herdeiro” de Saramago no século XXI? Ainda é cedo para saber, mas Gonçalo M. Tavares perfila-se cada vez mais como o nome mais forte a emergir das novas gerações. Com 29 livros publicados desde 2001, Tavares já atingiu, aos 40 anos, um patamar de consagração que em Portugal só costuma estar ao alcance de escritores muito mais velhos. O próprio Saramago profetizou que o autor de “Jerusalém” virá um dia a ganhar, como ele, o Nobel da Literatura. A publicação recente de “Uma Viagem à India” (um dos livros mais citados nas escolhas pessoais dos críticos do “Expresso”) elevou de vez a fasquia do consenso, com figuras como Vasco Graça Moura e Eduardo Lourenço a louvarem entusiasticamente o talento de GMT. O fenómeno, porém, não é apenas nacional. Neste momento estão em curso 160 traduções das suas obras e “Aprender a Rezar na Era da Técnica”foi escolhido como o melhor livro estrangeiro do ano em França, feito só conseguido até agora por António Lobo Antunes, em 1997.
“Expresso”, 30 de Dezembro de 2010.
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