segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

COISAS EXTINTAS OU EM VIAS DE...


Houve um tempo, depois de Abril, em que existiu um genuiíno interesse pela cultura.

Mas cedo o entusiasmo morreu.

Esta é a capa do programa do Mercado Popular do Livro e do Disco, que, durante uma semana, num Abril de 1977em Abril de 1977, os livros andaram de braço dado com a musica, o teatro, o cinema, a pintura.

O Mercado realizou-se no pavilhão da antiga FIL  e por lá aconteceu de tudo um pouco
Ao acaso:

Exposições de Manuel Ribeiro de Pavia, Ernest Wolland.

Pelos quatro auditórios aconteceram concertos, espectáculos de circo, teatro e um festival de cinema.

Presentes a maior parte das editoras de livros e discos, que proporcionaram sessões de autógrafos dos seus escritores e artistas, bem como colóquios e debates.

Entre muitos outros, actuaramJ osé Carlos Ary dos Santos, Luís Cilia, Paulo de Carvalho, Coro da Academia dos Amadores de Música, Carlos do Carmo, Fernando Farinha, Plexus - Conjunto de Jazz Contemporâneo, José Barata Moura, Carlos Mendes, Adriano Correia de Oliveira, Carlos Paredes, Pedro Caldeira Cabral, Vitorino, Carlos Zingaro.

Para além do Restaurante da FIL, estavam montados dois bares que asseguravam serviço de refeições ligeiras e bebidas.

Foram dias de intenso convívio, um riquíssimo programa cultural.

Recordo-me: o meu orçamento levou um tal pontapé que demorou alguns tempos recompor-se.

Não mais se realizou um mercado popular.

Foi assim que chegámos ao embrutecimento que hoje nos envolve: insípidos, ignorantes, incultos, a maior concentração de parvos por metro quadrado, para citar José Rodrigues Migueis..

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