O Mito de Sísifo
Albert Camus
Tradução: Urbano Tavares Rodrigues
Com um estudo de Liselotte Richter
Tradução de Ana de Freitas
Capa: Karl Groning Jr.
Livros do Brasil, Lisboa s/d
Esse divórcio entre o homem e a sua vida, entre o actor e o seu cenário, é que é verdadeiramente o sentimento do absurdo. Como todos os homens sãos já pensaram no seu próprio suicídio, pode reconhecer-se, sem mais explicações, que há um ele directo entre tal sentimento e a aspiração do nada.
O assunto deste ensaio é precisamente essa relação entre o absurdo e o suicídio, a medida exacta em que o suicídio é uma solução para o absurdo. Pode admitir-se como princípio que para um homem que não faz batota, o que ele considera verdade deve regular a sua acção. A crença no absurdo da existência deve pois ordenar a sua conduta. É uma curiosidade legítima perguntarmos a nós próprios, claramente e sem falso patético, se uma conclusão desta ordem exige que se abandone, o mais depressa possível, uma condição incompreensível. Falo aqui, bem entendido, dos homens dispostos a porem-se de acordo consigo próprios
Nota do editor:
Durante o mês de Abril, irei apresentando uma série de livros que me acompanharam durante os tempos da ditadura.
Livros que, por isto ou por aquilo, ajudaram a formar uma consciência cultural e política.
A sua aparição não obedece a algum critério, e, naturalmente, muitos livros e autores irão ficar de fora.
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