Porque, meu caro, se houvesse memória, o PC recordaria que fui eu quem o tirou do seu isolamento nos idos de 57-58, que o pôs em contacto com as outras forças, etc. E outras “forças” recordaram que eu fui dos organizadores do golpe que não houve em 1958, e do que ia havendo em 1959, pelo qual me exilei por ser do “provisório” quem se arriscava pidescamente mais, se fôssemos apanhados, já que chegara a sugerir, ante o horror de outras hostes, a eliminação do Salazar. Mas isso faz parte daquela história que fica sempre por contar.
De uma carta de Jorge de Sena a José-Augusto França em Correspondência, Imprensa Nacional- Casa da Moeda, Lisboa 2007
Legenda: Tipografia Clandestina, gravura de José Dias Coelho
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