terça-feira, 19 de outubro de 2021

ARISTIDES SOUSA MENDES NO PANTEÃO


 Aristides de Sousa Mendes, antigo Cônsul-Geral de Portugal em Bordéus, recebe hoje, em Lisboa, honras de Panteão Nacional.

No início da II Guerra Mundial, à revelia de Salazar, o diplomata concedeu milhares de vistos a judeus e outros refugiados.

Os países que se mantinham neutros face à guerra evitavam qualquer conflito com a Alemanha e muitos consulados limitavam os vistos ou encerravam as portas. Para controlar a situação, Salazar enviou a todos os agentes diplomáticos uma circular que determinava a proibição da concessão de vistos a quaisquer refugiados judeus, exilados políticos bem como outros cidadãos.

Entre salvar vidas ou desobedecer ao governo, Sousa Mendes não hesitou.

Obrigado a voltar a Portugal, Sousa Mendes foi demitido do cargo e ficou na miséria, com a sua numerosa família. Morreu na pobreza em 03 de Abril de 1954, no Hospital dos Franciscanos, em Lisboa.

Em 1967, foi reconhecido pelo instituto Yad Vashem, memorial dos mártires e heróis do Holocausto, como um Justo entre as Nações.

Em 1988 a Assembleia da República aprovou a reabilitação de Aristides Sousa Mendes no cargo de Cônsul.

No dia 3 de Abril de 2017, o Presidente da República condecorou o Cônsul com a Grã Cruz da Ordem da Liberdade.

Na agenda da cerimónia está o descerramento de uma placa simbólica na Sala 2, onde se encontram sepultados Humberto Delgado, Sophia de Mello Breyner,  Aquilino Ribeiro e Eusébio.

A decisão de não trasladar o corpo de Aristides de Sousa Mendes para Lisboa foi tomada pelo Parlamento, de modo a respeitar o desejo do próprio ao querer ficar sepultado em Carregal do Sal, sua terra natal.

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