segunda-feira, 12 de agosto de 2024

OLHAR AS CAPAS


M. Teixeira Gomes

Castelo Branco Chaves

Cadernos da Seara Nova

Seara Nova, Lisboa, 1934

O amor não podia ser para este pagão senão uma realidade feliz, um deleite do espírito e um prazer para os sentidos, e, por isso, verá no amor místico uma das formas da sensualidade amorosa, em Santa Teresa de Jesus o paradigma desse amor. Para ele, como para um grego, o amor significa o que é bom e o que nas faz felizes.

Lemaitre afirmou algures que todo aquele que possue uma universal curiosidade é por esse mesmo facto um espírito temperado e senhor de si. Em Teixeira Gomes verifica-se o acerto desta afirmação e toda a sua obra é um belo espectáculo de harmonia. Esta, também, uma das marcas do seu helenismo, que não é uma saudade, nem um desejo, nem, mesmo, um ideal que laboriosamente tenha criado – mas a revelação de um temperamento que encontrou no helenismo a suprema harmonia entre o seu eu e a Natureza, entre o seu eu e a Vida.

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