quarta-feira, 7 de agosto de 2024

CANÇÕES DE ENTARDECERES


Ah!, os entardeceres!...

Conheceu o Mário-Henrique Leiria na redacção do jornal República e passou a acompanhá-lo em algumas tardes no Bar Expresso, no Largo Trindade Coelho, mesmo ao lado do jornal.

O Mário é um tipo inclassificável, mas espantosamente fascinante.

Claro que poucos o conhecem e muitos menos o leem.

Pois é do Mário-Henrique o mote escolhido para o pôr-do-sol que o Rui Ornelas fotografou. O mote já, largamente, por este Cais foi (re)dito, mas acha-o, simplesmente brilhante e não hesita na sua repetição:

«… encostou-se no parapeito da janela aberta e ficou a olhar o entardecer discreto e melancólico.»

Falando-se de Mário-Henrique Leiria, tirando-se citação de um dos seus contos do Gin-Tonic, entendeu-se voltar a Françoise Hardy, precisamente a um dos seus álbuns a que chamou «Françoise-Gin-Tonic-Hardy», editado em 1980, e, naturalmente a canção seis da Face A que, justamente, Françoise chamou «Gin Tonic».

Dois gin-tonics, um bar de hotel, talvez em Londres, ou Paris, ou Berlim, mesmo Bruxelas, um piano triste palavras algo falsas, desencontradas, paraísos artificiais ditos indefinidos…

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