sábado, 10 de abril de 2010

COMO HEI-DE AMAR SERENAMENTE



ORFEU STAT 007
Arranjos: Rui Pato e Carlos Alberto Moniz
Editado em 1970

Lado 1
Cantar de Emigração - José Niza/Rosalia Castro
Saudade Pedra e Espada - Roberto Machado/ Manuel Alegre
Fala do Homem Nascido - José Niza/António Gedeão
O Sol Preguntou à Lua - Popular Açoreano
Canção Para O Meu Amor Não Se Perder no Mercado da Concorrência - Adriano Correia de Oliveira/Manuel Alegre

Lado 2
Lagrima de Preta - José Niza/António Gedeão
Canção Com Lágrimas - Adriano Correia de Oliveira/Manuel Alegre
Cantar Para Um Pastor - Adriano Correia de Oliveira/Matilde Rosa Aráujo
Como Hei-de Amara Serenamente - Adriano Correia de Oliveira/Fernando Assis Pacheco
Sapateia - Popular Açoreano
A Noite dos Poetas - Adriano Correia de Oliveira/A. Barahona da Fonseca

adriano e as canções com lágrimas para os homens que na redoma de vidro se quedavam tristes e serenos que nos dizia onde começava a mágoa que lançava canções ao vento que passava que andava dentro das palavras que dizia que o acto de cantar não é gratuito antes um acto que responsabiliza quem canta e os que o escutam que dizia que homem que vivesse só não podia viver bem de quem vinha do fundo do tempo sem ter mais tempo a perder de quem vinha da terra assombrada do ventre de todas as mães para dizer que não havia que ter medo que o pensamento era como o vento e nada o podia amarrar que os homens nunca findam que tudo só morrerá quando os ventres das mulheres da cidade não derem mais filhos para os Invernos tristes caminheiros com sol nas espáduas acreditando que em multidão somos maiores adriano que nos dizia que não poderíamos ficar sentados e calmos face às notícias que não poderíamos amar serenamente com tanto amigo na prisão que era necessário largar pela noite fora e saber que nenhuma moira encantada nos viraria a proa da barca que seríamos nós que a tínhamos de virar para que um dia pudéssemos dizer:
QUE NUNCA MAIS!

Como Hei-de Amar Serenamente

Como hei-de amar serenamente
Com tanto amigo na prisão.

Deixar intacta a minha voz
Para os acidentes da ternura.

Como hei-de estar sentado e calmo
Sentado e calmo com a minha amada.

Como hei-de estar sentado e calmo
Sentado e calmo com a minha amada.

Vendo os amigos desvanecendo
Na fria névoa da manhã.

Como hei-de estar amada contigo
E repousado sobre estas notícias?

Como hei-de estar amada contigo
E repousado sobre estas notícias?

Setas que lançam inesperadas
Para o meu flanco tão mortal.

Não posso estar serenamente
Não posso amar serenamente.

Os versos esmagam-se na boca
E fica mais amarga a minha boca
.
Não posso estar serenamente
Não posso amar serenamente.




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