O maior prazer do fim do dia era mesmo um banho, quente ou frio, tanto fazia, e repousar um quarto de hora. Mal regressava do banho e acabava de me vestir, bateram-me à porta, chamando-me pelo nome. “Um momentito”, respondi. Esperavam-me à porta uns doces olhos castanhos, uma cara infantil com um enorme sorriso. Pedia-me para ir com ela, e acompanhei-a pensando que me quisesse mostra algo na aldeia. Mas conduziu-me à porta ao lado, onde três miúdos se sentavam em redor de uma mesa. Estenderam-me de imediato umas fotocópias em inglês e pediram-me com a maior das naturalidades se os ajudava a fazer o trabalho de casa de Inglês! Fiquei um bocado atrapalhado, pois o meu inglês continua mau e o espanhol pouco melhor, mas lá fui buscar o portátil, que ajuda com os sinónimos, e sentámo-nos os cinco a fazer os trabalhos de casa.
Ante os mil agradecimentos, cumprimentos e sorrisos cúmplices, pediram-me os contactos e dei-lhe e-mail, endereço do facebook e telefone de Portugal…
Jantei no restaurante em frente, fui comprar fruta à mercearia da esquina, passear no pequeno parque e ver um bocado de futebol no ringue anexo ao parque. E em todos os lugares as pessoas me tratavam com simpatia e deferência – acho que já toda a aldeia sabia do português da bicicleta que estava alojado no Oasis e tinha ajudado a fazer os trabalhos de casa aos miúdos…
Texto e imagem de Idílio Freire
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