Uma tradição musical que remonta há alguns séculos atrás e que teve desde 1960 uma maior universalidade com a crescente popularidade dos discos de vinil de 33 e 45 rotações.
Contam-se por dezenas de milhar as gravações natalícias e vindas das áreas musicais mais distintas como o Country, o Jazz, o Clássico, o Easy-Listening e o Pop/Rock. Porventura a mais conhecida, White Christmas, foi escrita por Irving Berlin e tornou-se em poucos anos como a música mais representativa desse evento religioso cristão. Gravada em 1942 por Bing Crosby com um sucesso sem precedentes, bateu ao longo dos anos vários recordes entre os quais a canção com mais versões conhecida, o registo mais tocado nas estações de rádio por esse mundo fora e um dos raros a atingir os 100 milhões de discos vendidos. Há no entanto outros temas que merecem ser referidos como canções tradicionais de Natal que foram cantadas e ainda o são por inúmeros intérpretes: Silent Night, Holy Night, Jingle Bells, Winter Wonderland, Santa Claus Is Coming To Town, We Wish You A Merry Christmas e Joy To The World são alguns desses clássicos. Algumas das maiores vozes de sempre gravaram estes temas que continuam a ser recordados por essa ocasião festiva, nomes como Louis Armstrong, Ella Fitzgerald, Frank Sinatra, Dean Martin, Otis Redding e Elvis Presley.
Mas nem só do passado e das vozes consagradas vive o Natal. Sobretudo a partir da década de 70 surgiu uma renovação do género com alguns grupos e artistas a aproveitarem-se dessa quadra de consumismo. Se porventura os Beatles nunca escreveram um tema dedicado ao Natal durante os oito anos de existência (conhecem-se apenas os singles falados que enviavam aos seus fãs), é pois após a sua dissolução que aparece um dos temas mais conhecidos da música Pop / Rock. Happy Xmas (War Is Over), escrito em 1971 por John Lennon continua a ser quarenta anos depois a música de Natal com maior carga política e ideológica de sempre. Muitos outros se seguiram e continuam ainda a circular (muitos passaram do vinil para o CD) para delícia dos velhos e dos novos fãs: Thank God Its Christmas dos Queen, Christmas Time de Bryan Adams, Please Come Home For Christmas dos Eagles, Driving Home For Christmas de Chris Rea, Feliz Navidad de José Feliciano e The Power Of Love dos Frankie Goes To Hollywood.
Em 1985 houve no entanto um estrondoso evento que partiu dum simples single de Natal Do They Know Its Christmas do colectivo Band Aid. Live Aid seguiu as pisadas do disco e tornou-se num mediático show em directo transmitido via satélite para todo o mundo. Mas o Natal vive de coisas bem mais simples, já dizia por cá José Afonso quando escreveu em 1968 o Natal dos Simples. Dez anos antes surge umas das primeiras gravações nacionais de Natal que se conhecem e interpretadas pelo Coro Salesiano de Mogofores e pelo Trio Odemira, num raro registo gravado em Inglaterra no formato 10 polegadas. Amália Rodrigues também editou em 1980 o seu single da praxe Cantigas Ao Menino Jesus, mas é em 1981 que é editado o tema nacional mais popular de sempre. Escrito por Lúcia de Carvalho e pelo maestro César Batalha A Todos Um Bom Natal interpretado pelo Coro Infantil de Santo Amaro de Oeiras continua a fazer lembrar pela música o presépio, o Bolo-Rei e os presentes.
Mas não há gravações de Natal mais importantes que outras, todas têm o seu valor, porque todas tentam transmitir aquilo que há de melhor nessa quadra. Essa ideia generaliza-se nas imensas edições com pequenas e grandes orquestras, com nomes mais ou menos conhecidos, mas que têm todas um ponto em comum: o grafismo das capas, que de uma maneira simples ou mais trabalhada sugere a época natalícia. Este ponto comum é o ponto de partida para esta pequena exposição que se repete uma vez mais (com novos exemplares) na Sala Vintage da CDGO / Jo-Jos Music.
Francisco J. Fonseca, tirado daqui.daqui
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