domingo, 10 de março de 2013

OLHAR AS CAPAS


No Reino dos Falsos Avestruzes
João Martins Pereira
Capa: João B.
A Regra do Jogo, Lisboa 1983


Eu fiz 20 anos em 1952. Não-crente já então, se é que o fui alguma vez, eu era a ignorância do mundo, das coisas, das pessoas. Estudava engenharia, afincadamente. Mas desencantadamente. Punham-se-me as questões metafísicas (e físicas) do costume, as ditas «próprias da idade», e outras menos próprias. No meio disto, apenas duas armas, que já deviam vir, como hoje se diz, no meu «código genético»: uma enorme curiosidade, uma visceral propensão para o«não-alinhamento». Debicava sem nexo, como qualquer galináceo, nos grãos que, ao acaso das circunstâncias, me vinham cair no minúsculo pedaço em que me movia: livros, filmes (cine-clubes),associação de estudantes, pouco mais. E sem nexo continuei, anos fora, até que, já nem sei como, dei comigo embrenhado no «mundo sartriano».

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