sexta-feira, 15 de março de 2013

OLHAR AS CAPAS


Depois das Revoluções

Mário Murteira
Prefácio: Fernando Piteira Santos
Capa: Luís Carrolo
Edições ES, Lisboa Novembro de 1986

O 25 de Abril foi o romper do dique que a ditadura salazarista construiu para suster o tempo histórico em Portugal. O tempo português, assim liberto, correu vertiginosamente em 1974/75. Depois, a pouco e pouco, a política nacional o passo – mas bem na cauda, ou na periferia, da Europa.
O chamado gonçalvismo nunca existiu. Existiu, sim, no Portugal recém-libertado, um movimento social anticapitalista que entre Março e Novembro de 1975 atingiu o climax. Em 16 de Novembro desse ano, no Terreiro do Paço, entre algumas centenas de milhares de manifestantes, pareceu-me que a revolução era possível. Mas tratava-se de um equívoco. A revolução é, em última análise, uma questão de poder. E o poder não estava nas ruas de Lisboa ou nos campos do Alentejo.
Na altura, não se sabia bem onde estava o poder - se poder havia. Hoje, sei que estava e está na lógica de um sistema mundial que nos permite alguns graus de liberdade, mas não todos. A menos que...

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