sexta-feira, 3 de maio de 2013

A TROPA PR'ÓS QUARETEIS


Primeira página do Libération, o seu nº 233, referente a 3 de Maio de 1974, uma sexta-feira, tendo como director Jean-Paul Sartre.
Para muitos, não tantos como se pensaria, a poesia ainda andava nas rua., mas já outros , na sombra dos sótãos, desenhavam os primeiros passos para que isso deixasse de acontecer.
Spínola não tinha dúvidas: os militares deveriam regressar a quarteis e deixar a política para quem de política soubesse.
Em 13 de Junho de 1974, em plenário do MFA, convocado por Spínola, reúnem-se militares e dois ministros do governo Palma Carlos: Vasco Vieira de Almeida, ministro da Coordenação Económica e Sá Carneiro.
Vieira de Almeida traçou um panorama catastrófico do poder e exigiu medidas económicas urgentes que evitassem a ruína do país.
O discurso de Sá Carneiro foi mais duro, chegando a dizer que só havia dinheiro para duas ou três semanas e depois o MFA seria responsável pela fome.
Vasco Gonçalves interveio para declarar que se não havia dinheiro nos cofres do Estado, era preciso ir busca-lo aonde o houvesse, isto é, às mãos dos capitalistas.
Sabe-se o que veio  acontecer: a demissão do primeiro-ministro Palma Carlos, Vasco Gonçalves é escolhido para o substituir, acontecerá o 28 de Setembro, o 11 de Março, um Verão muito quente que culmina a 25 de Novembro.
Os caminhos do socialismo passaram a miragem, a democracia ia-se instalar.

Ainda está por cá.

Tranquila e madura.
Fonte: Portugal Depois de Abril de Avelino Rodrigues, Mário Cardosos, Lisboa Maio de 1976.

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