quinta-feira, 4 de abril de 2024

VIAGENS POR ABRIL


      

           Este não é o dia seguinte do dia que foi ontem.

                                                                   João Bénard da Costa

Será um desfilar de histórias, de opiniões, de livros, de discos, poemas, canções, fotografias, figuras e figurões, que irão aparecendo sem obedecer a qualquer especificação do dia, mês, ano em que aconteceram.


4 de Abril de 1974

Em Oeiras, no quartel-General do Comiberlant, com as bandeiras dos quinze países membros da O. T. A. N., em sinal de luto pela morte do presidente Pompidou, foi comemorado o 25 aniversário do tratado assinado em Washington, no dia 4 de Abril de 1949.
O ministro da Defesa, Dr. Silva Cunha, disse:

«O meu país não entrou na aliança à procura de vantagens, nem dela tem procurado ou obtido apoios especiais e todos sabem como é mentirosa a campanha caluniosa que o inimigo faz em contrário.»

O comandante da Área Ibero-Atlantica, o norte-americano Ribert Erly, destacou a importância geoestratégica de Portugal na defesa da Europa contra a ameaça soviética.
Foi prestado um minuto de silêncio como homenagem póstuma ao Presidente Georges Pompidou.

Registe-se que em Dezembro de 2012 o Comando de Forças Conjunto da NATO, sediado em Oeiras, foi desactivado quarenta anos após a entrada em funcionamento.  

Cerca das 20 horas, a polícia fecha as portas do Sindicato dos Bancários, em Lisboa, impedindo a anunciada realização de um colóquio Sobre Teatro.

Segundo os jornais, as cartas e telefonemas vão conhecer aumentos da ordem dos 50%. Os selos passarão de um escudo para um escudo e cinquenta, as chamadas locais de cinco tostões para um escudo.
Estes preços não eram alterados desde 1948.

Continuam as paralisações de protesto e greves em unidades dos principais centros operários. Os trabalhadores da Motra e da Siemens iniciam um período de quatro dias de greve pelo cumprimento do Contrato Colectivo de Trabalho.

Algures por estes dias, talvez 4, talvez 5 de Abril de 1974, Ana Paula foi escolhida, pela Mocidade Portuguesa feminina, como «Rapariga Ideal». O mais que conseguimos arranjar foi este recorte do Notícias de Portugal de 13 de Abril de 1974.

Não se sabe como aquilo era organizado. Se o concurso era livre ou privado. Se metia cunhas e padrinhos, Opus Dei ou Movimento Nacional Feminino. 

De uma coisa há certeza: Ana Paula terá sido a última «Rapariga Ideal» da ditadura.

Que será feito da moça? 

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