sexta-feira, 19 de abril de 2024

OLHAR AS CAPAS


Notas de Exílio do “Chico da C.U.F.”

Francisco Ferreira

Prefácio: José Augusto Seabra

Capa: Henrique Manuel

Edições Afrodite, Lisboa, Janeiro de 1976

Comecei a vida de trabalho muito cedo, como a maioria esmagadora maioria dos Portugueses. Fui operário da Companhia União Fabril (CUF), no Barreiro, onde trabalhei dez anos (1924/34).

Operários da secção de «Caldeiraria» iniciaram-me na compreensão dos deveres de solidariedade, da luta contra a injustiça e pela conquista de um futuro português de progresso e liberdade. Foram os meus mestres.

A minha primeira tarefa de militante foi organizar um grupo de Socorro Vermelho Internacional (SVI), de solidariedade aos presos antifascistas. Tornou-se um dos grupos mais activos do Barreiro. Chegou a ter 60 contribuintes.

Estávamos no ano de 1929.

Vivíamos sob o salazarismo que nos recusava os direitos mais elementares. O número de analfabetos entre o pessoal da CUF rondava os 70%.

Os partidos políticos republicanos tradicionais, dos diversos matizes, não manifestaram interesse no recrutamento de jovens para as suas fileiras. Tinham-se desinteressado da juventude.

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