É como alguém muito querido que parte para muito longe e talvez para sempre, de quem nos vamos um dia despedir à estação de comboios. Não vale a pena ficar muito tempo à conversa na janela... Dizer adeus, voltar as costas ainda a tempo de ouvir o comboio a apitar e perguntar a nós próprios se alguma vez a voltaremos a ver... E ter, depois, a sensação de que, afinal, quem vai naquele comboio que se afasta lentamente somos nós: a nossa adolescência, as nossas gargalhadas, os nossos sonhos, as nossas ilusões...
Luís Miguel Mira em Crónicas da América, Fonte da Palavra, Lisboa Março 2010
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