domingo, 13 de novembro de 2011

TRABALHADORES EM LUTA


Há 36 anos, a imprensa deste dia, dava largo destaque ao cerco à Assembleia Constituinte, na sequência da manifestação dos trabalhadores da construção civil.

Do Diário de Notícias:

Resolvendo permanecer frente ao palácio de S. Bento até que haja a garantia da publicação da tabela salarial proposta pelos sindicatos, os manifestantes decidiram também impedir a saída de quem quer que estivesse no seu interior. Pessoal auxiliar da Assembleia Constituinte e jornalistas foram as únicas a esta deliberação. Quanto aos deputados eles permaneciam no interior do Palácio, não passando despercebido o facto de se reunirem na sala das sessões ao princípio da madrugada, como se  preparassem para uma reunião extraordinária da Assembleia.

Ainda na 1ª página do Diário de Notícias, lia-se que a Comissão de Vigilância Revolucionária do Norte alertava para a eminência de um golpe reaccionário. O plano desenvolvia-se em 12 pontos e denunciava que oficiais reaccionários planeavam uma marcha sobre Lisboa e Alentejo contra os soldados, os trabalhadores e os camponeses.

Os deputados começaram a sair da Assembleia ao fim da manhã.




O Diário de Lisboa publicava uma fotografia na 1ª página com a seguinte legenda:

Cardia, deputado do P.S., dormiu à sob a protecção de José Estevão.

Do Diário de Lisboa:

Com esta impressionante demonstração de força da classe operária, o menos que se pode dizer é que a teoria das minorias tão lamentavelmente expressa nos últimos tempos foi destruída em pedaços. E o VI Governo, grande culpado pela crise assim aberta, terá ficado convencido, de vez. Que não pode impor aos trabalhadores uma política contra os explorados e oprimidos.

Nas ruas gritava-se: avançar, avançar poder popular.

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