sexta-feira, 22 de novembro de 2013

QUEM MATOU JOHN KENNEDY?


Numa tarde brilhante de sol, 22 de Novembro de 1963, John Fitzgerald Kennedy, vítima de um atentado aquando da sua entrada, em Dallas no Texas, veio a morrer no Parkland Hospital.

Hoje, o assassínio de Kennedy permanece um mistério, mas não restam dúvidas que não pode ser imputado, para uns, a um tresloucado armado de uma carabina comprada, com todas as facilidades que se conhecem, numa qualquer loja da especialidade, para outros, um fanático pró-comunista recentemente regressado da U.R.S.S. e que odiava os Estados Unidos.

Lee Harvey Oswald negou sempre a sua culpabilidade.

Para as autoridades de Dallas, para os fanáticos anti-comunistas, o assunto não merecia  qualquer tipo de dúvidas, e, espantosamente em dois dias, a Polícia  deu por encerrado um complicadíssimo processo que envolvia o assassinato do seu presidente.

Nada mais havia a investigar.

Para o mundo, nem os soviéticos, nem os cubanos, nem os chineses tinham qualquer interesse na morte de Kennedy.

Os interessados na sua morte estavam dentro das fronteiras dos Estados Unidos.

Fidel Castro:

É para nós uma má notícia a morte do presidente Kennedy, apesar da política hostil para connosco. Este assassínio não pode justificar-se. Não pode ser proveitoso senão para os aventureiros… Quanto ao que nos diz respeito, não temos ódios a homens, mas a sistemas.

William Manchester no seu livro A Morte de Um Presidente:

Ao saber que Lee Oswald era um individuo simpatizante de ideias comunistas, Jacquline Kennedy teria dito: «Ele nem sequer teve a honra de ser morto pela causa dos direitos civis Tinha de ser um idiota de um comunista. Isto tira todo o significado à sua morte.»

Dois dias depois, quando Lee Oswald estava a ser transferido da cadeia de Dallas para a Prisão Estadual do Texas, numa área que havia sido objecto das maiores medidas de segurança, um gangster de nome Jack Ruby, dono de um dancing de strip-tease, o «Carousel Club» sem lhe ter sido perguntado o que estava a li a fazer, acercou-se de Oswald e abateu-o a tiros de pistola.

O chefe da secção de Homicídios da Polícia de Dallas, capitão William Fritz:

«Com a morte de Lee Oswald fica encerrado o caso do assassínio do presidente John Kennedy. Isto, porém, não quer dizer que não continuemos a trabalhar para desenterrar mais provas contra ele, Se, hoje, não tivessem abatido, temos a certeza de que ele acabaria por morrer na cadeira eléctrica…»

Ruby disse ter agido por iniciativa própria com a necessidade de vingar a srª Kennedy e os seus filhos e acabou por morrer inocente, em 4 de Janeiro de 1967, dado que a sua condenação à pena de morte fora anulada pelo Tribunal de segunda instância do estado  do Texas.

Morreu, vítima de cancro, há muito diagnosticado, 37 meses depois de ter morto Oswald.


Em Setembro de 1964, após dez meses de investigação, é tornado público o Relatório da Comissão Warren – 26 volumes de densa argumentação e em que Lee Harvard Oswald foi considerado o único culpado da morte de Kennedy.



O Relatório Warren, segundo o historiador britânico Trevor Hoper, mais não foi do que uma montagem para encobrir a verdade do que aconteceu naquele começo de tarde em Dallas: «uma publicidade feita à causa do acusador público, em que todos os elementos discordantes foram cuidadosamente eliminados e só são examinados os testemunhos que se harmonizam com a verdade escolhida pela Comissão antes do seu inquérito. Pelas suas contradições internas e a sua orientação demasiado unilateral, o relatório Warren é pouco convincente. Ninguém no mundo nele acreditou.

John Kennedy não chegou a estar três anos na presidência dos Estados Unidos.

A sua eleição ficou  rodeada por um mundo de especulações em que as malhas da Mafia tiveram um papel preponderante.



Legenda:

Capa do livro Quem Matou Kennedy? de Thomas Buchanan, Edição Livros do Brasil, Lisboa 1964

Recorte do Diário de Lisboa de 22 de Novembro de 1966

Recorte de O Século, 22 de Janeiro de 1967.

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