sábado, 1 de junho de 2019

LIVROS E JACARANDÁS


Ainda não fui à Feira do Livro.
Está um calor de ananases, como diria o Eça, e as pernas já não são tão ligeiras.
Quando não existiam as tecnologias, que hoje permitem saber quais os livros do dia que as editoras colocam nos escaparates, passava todos os dias por lá, ou quase todos os dias, em busca dos descontos do livro do dia. Era uma cavalgada que permitia a economia de alguns trocos para outros livros, e havia sempre o perfume dos jacarandás.
Por mim, a Feira nos últimos anos, é mais para vasculhar no stand de descontos de fins de catálogo da Relógio d’Água – já foram melhores, já foram melhores… - e um outro alfarrabista – atenção à Casa Frenesi!  - na eventualidade de um milagre que permita encontrar livros que há muito procuro.
E antes da morte de Vitor Silva Tavares, era o ficar ali, no pavilhão da &etc, a conversar com um maravilhoso contador de histórias, possuidor de uma cultura vastíssima, uma experiência de vida que é uma epopeia.
Desde a sua morte, tiro uma fotografia ao pavilhão e fico a olhar memórias.
Isto de palavras não é saber se o vento as leva, é encontrá-las para valerem no momento em que são necessárias. E nunca as encontro.

Legenda: pavilhão de &etc. na feira do ano passado que, penso, não a cheguei a colocar por aqui.

Sem comentários: