domingo, 26 de dezembro de 2021

SONETO PRESENTE

Não me digam mais nada senão morro

aqui neste lugar dentro de mim
a terra de onde venho é onde moro
o lugar de que sou é estar aqui.

Não me digam mais nada senão falo
e eu não posso dizer eu estou de pé.
De pé como um poeta ou um cavalo
de pé como quem deve estar quem é.

Aqui ninguém me diz quando me vendo
a não ser os que eu amo os que eu entendo
os que podem ser tanto como eu.

Aqui ninguém me põe a pata em cima
porque é de baixo que me vem acima
a força do lugar que fôr o meu


José Carlos Ary dos Santos em Resumo

1 comentário:

Seve disse...

Um poeta e um declamador absolutamente único e extraordinário a quem este país nunca fez justiça (porque sempre andou de espinha direita!)