quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

OS CLÁSSICOS DO MEU PAI


Lá por casa existiam uns discos da Philips denominados “Popular Favourites”: orquestras e cantores norte-americanos. Um pouco por aqui, o meu pai encaminhou-me para o gosto por “crooners” e “big bands”.

Desses “Popular Favourites” nenhum exemplar chegou aos dias de hoje.

Por um tempo aniversariante, de há dois anos, uma cortesia de amigos  embrulhou-me num concerto do José Cid no “Maxime”. Ainda hoje as minhas noites são desassossegadas. Com amigos destes, os meus eventuais inimigos são um doce de crianças.., bom, adiante,

Acontece que numa das vitrinas do “Maxime”, mesmo ao lado do Bar, encontravam-se, em exposição, diversos objectos de outros bons tempos e um desses objectos, era a capa do nr. 5 dos “Popular Favourites”.

A sala escura, a não possibilidade, por causa dos reflexos, de usar “flash”, não permitiram que a fotografia fosse um tanto mais explícita. Mas ainda se consegue perceber que, neste “Popular Favourites”  passeavam-se, entre outros, Doris Day, Johnny Ray, o trompetista Harry James, Rosemary Clooney, Frankie Laine, a orquestra de Xavier Cugat.

Foi nesta colecção que ouvi, pela primeira vez, canções que ainda hoje me acompanham: “Mack The Knife” pelo Louis Armstrong, “Sixteen Tons” pelo Frankie Laine, outras, muitas, que a parte adormecida do meu cérebro já não consegue vislumbrar.

Por terças-feiras de feira da ladra, amarguras, ilusões, trapos, cacos, contradições, tenho procurado exemplares destes “Popular Favourites”, até hoje sem sucesso.

Já agora, a talhe não sei bem de quê, diga-se que o “Maxime” fechou portas no final de Janeiro.

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