Em 1997, no dia 5 de Setembro, morria Madre Teresa de Calcutá.
Madre Teresa de Calcutá duvidava da existência de Deus. Em cartas pessoais, escritas semanas antes de receber o Prémio Nobel da Paz de 1979, a religiosa manifesta profundas dúvidas sobre a existência de Deus.
A crise de fé de madre Teresa de Calcutá terá durado cinquenta anos, todos os anos que passou na Índia.
Numa das cartas confessa: «Sinto um vazio e um silêncio tão grande que eu olho e não vejo, oiço e não escuto, a língua move-se e não falo».
O Papa Bento XVI, numa visita ao antigo campo de concentração nazi de Auschwitz perguntou onde estava Deus quando os fornos fumegavam.
José Saramago no Vol. V dos “Cadernos de Lanzarote”:
“E hoje morreu Madre Teresa de Calcutá, personagem de celebridade mundial que nunca me caiu nas boas graças e me parecia ser, até, uma das mais orgulhosas criaturas que o deus dos católicos alguma vez pôs no planeta. Desconfio que, lá no fundo, Inês Gonxha Bojaxhiu não queria que os pobres se lhe acabassem, duvido mesmo que o mais importante para ela fosse sarar as enfermidades do corpo dos infelizes que recolhia no seu “hospital” (as aspas estão mais do que justificadas pela recusa que opôs sempre a ofertas de hospitais devidamente equipados, que mais de uma vez lhe foram feitas). A suprema preocupação de Madre Teresa de Calcutá consistia em salvar as almas aos pobrezinhos, e, quando a prioridade é essa, então quanto mais depressa elas se libertem do carnal e sofredor e sofredor invólucro, melhor. Acabo de ler nos jornais que a famosíssíma religiosa, entrevistada depois da morte de Diana de Gales, declarou que a princesa teria gostado de ajudar as Missionárias da Caridade na sua obra, mas que não tinha podido fazer devido à posição social que ocupava… Não sei qual das duas foi mais hipócrita.”
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