segunda-feira, 19 de setembro de 2011

À CONVERSA...


Perguntaram-lhe:

Qual é a sua opinião sobre Vasco Gonçalves?

Respondeu:

Conheci o Vasco Gonçalves mal. Ele gostou muito desse cartaz “Povo MFA, MFA Povo”, e quis oferecer-lhe o original. Fui a São Bento, ele disse-me que gostava muito dos meus bonecos, nem era dos meus cartazes, era mais dos meus desenhos. Fui recebido, ofereci-lhe o original e ele ficou muito agradecido. O Vasco Gonçalves parecia-me um daqueles revolucionários dos tempos antigos, já não havia homens daqueles. Irritava-se, exaltava-se. Havia uma honestidade, digamos, estomacal, naquele homem, que não sentia nos outros. Depois tinha aquele ar. Os outros tinham um olhar dúbio. Tinha-lhe uma grande admiração, e ele aparecia nas exposições, pude falar com ele. Fiz um cartaz, em que fui oidiado em Portugal por isso: coloquei-o entre o soldado e o camponês. O cartaz foi arrancado por tudo o que era sítio. O Mário Soares ficava histérico, quando via esse carttaz! Também lhe ofereci esse cartaz. Concluindo: tenho uma boa impressão do Vasco Gonçalves.”

João Abel Manta entrevista ao “Público”, s/d.

1 comentário:

filhote disse...

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