Espero o comboio das vinte e três. Poderia falar sobre esta cidade tão continental. Recordo a amendoeira (Fevereiro?), a também pequena viagem com os ombros sempre a arderem com o sol da parai e não é a mesma viagem mas outra, vindos de um enterro junto à fronteira norte, a madrugada a crescer sobre as pequenas casas, a suja carruagem, o teu perfil. Alto! E onde está a cifra, a senha, a contra-senha, a chave para abrir tudo isto?
Eduardo Guerra Carneiro em Isto Anda Tudo Ligado, Cadernos Peninsulares, Ulmeiro, Janeiro 1970.
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