terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

EM TEMPO DE CARNAVAL


Não tenho o recorte à mão, mas penso que terá sido o pintor Cruzeiro Seixas quem um dia reflectiu sobre
o como seria importante ter uma cuoteca.

O corpo humano sempre foi inspiração de artistas, mas partes existem que se tornam motivo de culto.
No ano de 2007, a Fundação Canal de Madrid mostrou ao público uma exposição – chamaram-lhe Ocultus - em que as múltiplas possibilidades artísticas que, como diria o Eça, de Queiroz, aquela parte do corpo em que as costas mudam de nome, têm um lado verdaeiramente artístico.
Estiveram expostos 70 retratos de sessenta e sete fotógrafos de vinte países, com realce para Cartier-Bresson,e Man Ray,

O fotógrafo José Maria Diaz-Maroto, organizador da exposição, disse, na altura, que quem vê rabos vê corações  e foi mais longe:

O Rabo é uma parte nobre do corpo humano mas que a cultura e a educação que recebemos sempre desprestigiou. Nessa parte do corpo pode haver beleza, curvas estupendas, desejo, mas sempre nos disseram que devia ser escondida pois é objecto de pecado.

Não é impunemente que o povo sempre disse que quem tem cu tem medo.

Em Março de 2005, Kylie Minogue foi votada, pelos leitores do tabloide britânico The Sun, como sendo proprietária do melhor cu do mundo.

Haja Deus!

Em finais de Setembro do ano passado concorrentes de todos os vinte e sete estados e distritos federais do Brasil, apresentarm-se no Miss Bumbum Brazil, um concurso que pretende escolher os melhores exemplos de bundas e que que a organização destacou como paixão nacional.


Maria Teresa Horta, em tempo que não era de Carnaval, dizia que para a minha sede nenhuma água chega, Graça Morai lamentava-se que não conseguia encontrar o fio da meada o novelo era grande, mágico e não era bruxa, mas o velho Fernando Assis Pacheco, por um Agosto desvelava-se por alguém igual a um pássaro.

É aqui que eu saio

Divirtam-se hoje porque que as cinzas não tardam nada.

O cu de Maruxa

Um cu que se desvela em Agosto em Ourense
redondo para olhar um cu magnificente
um cu como um bisonte
o teu cu Maruxa adivinhado num restaurante

eu rimo tanto cu que trago na memória
o teu fará por certo mais história
é um cu para a glória ó nena impante

rodando na cadeira el' deixa-nos suspensos
quase presos Maruxa pelos beiços

lembra-me nédio raxo assim forte de febra
lêveda e alva nas Burgas cozinhando
se de soslaio agora se requebra

é como canta Maruxa! igual que um pássaro
ao qual neste mesón péssoro vénia

teu ouriflâmio cu me faz insónia.


Em Variações em Sousa,Hiena Editora, Lisboa Maio de 1967

Nota do editor: a frase de Sofia Vergara é tirada do Expresso de 18 de Agosto de 2012.

Legenda: não foi possível identificar o autor/origem da fotografia.

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