sábado, 2 de fevereiro de 2013

O FUNDAMENTALISMO DOS COMANDOS


Dizem-se a mais democrática das tropas. Uma democracia que começa com o alistamento voluntário e as palavras entoadas em público, numa cerimónia que assume as proporções de um compromisso para toda a vida. Como um «sim» matrimonial.

Da introdução de Paula Oliveira ao depoimento de José Sousa Gonçalves.
A imagem dos comandos só é denegrida em tempo de grande paz, em tempo de guerra é uma imagem ultraquerida. Toda a gente gosta de nós quando está aflita. Foi sempre assim.
Eu sou um fundamentalista. Afirmo que sou um fundamentalista dos comandos portugueses. Talvez porque foi a tropa que nunca foi derrotada, que nunca desistiu, que venera os seus mortos e que não choraminga os seus mortos.
Considero que os comandos fazem falta às Forças Armadas Portuguesas. Fazia falta à juventude um salutar serviço militar. Cria-se na realidade dos jovens uma situação de vida fácil, o que é falso. Um serviço militar iria ensinar à juventude portuguesa o que é um certo sacrifício, o que é ter uma certa disciplina.
Acho que a maior parte dos pacifistas nunca fez a guerra e por isso eles não sabem se são pacifistas ou não. Mas eu sou a favor que se evite a guerra. Nós, os comandos, somos contra todo e qualquer tipo de barbaridade ou de violência desnecessária, tal como somos a favor da máxima violência para  resolver alguns diferendos e evitar outros.
Do depoimento do ex-capitão comando José Sousa Gonçalves, concedido a Paula Oliveira e publicado no Diário de Notícias de 30 de Novembro de 1997.
(Continua)

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