quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

UM ETERNO CARNAVAL!...


Patético ter um Relvas no governo declarar, sem ponta de vergonha na cara, que os portugueses montaram uma cabala contra o secretário de Estado do Empreendorismo, Franquelim Alves, um honesto e competente senhor, que passou pelo BPN, viu o que viu, que até era gravíssimo, mas assobiou para o lado, esperando que os dias do arco-íris trouxessem melhorias.

Patético é saber que o governo apesar, dos brutais sacrifícios que impôs aos portugueses, não ter acertado numa única previsão, numa única conta e dizer que há que nos sacrificarmos mais, exactamente no ponto em que o número de  famílias que deixaram de conseguir pagar empréstimos aos bancos voltou a aumentar nos últimos três meses de 2012, que o crédito mal parado excede os 5 mil milhões de euros em dívidas aos bancos, e que no final de 2012, o desemprego subiu para 16,9% e admite-se que, no decorrer do presente ano, chegará aos 17%, ou talvez mais...

Patético é ter um governo que não investiga, nem persegue a corrupção de políticos, banqueiros, autarcas, ex-membros de governos, ex-deputados, presidentes de clubes de futebol, advogados, uma lista variada e infindável de gentes, mas que tem um secretário de estado, dos sssuntos fiscais, Paulo Núncio nome de pia, que manda perseguir qualquer desgraçado que beba um café, beba uma água e não exija a respectiva factura.

Que nos resta?

Pouco… ,muito pouco mesmo…

Talvez por isso é gratificante ler a crónica de Ferreira Fernandes, hoje, no Diário de Notícias:

Quando saí do café, o homem, engravatado e educado, abordou-me: "Boa tarde, sou da AT, Autoridade Tributária e Aduaneira..." Eu, que nisto de diálogos com as autoridades tenho muito ano, desviei a conversa: "O senhor desculpe-me, mas como é que AT quer dizer Autoridade Tributária e Aduaneira?" Mas ele, também com muito ano, não atou nem desatou: "Mostre-me a fatura, por favor." E eu: "Fatura, não tenho." Ele: "Mas tem de ter, tomou café." Eu: "Não tomei, não." Ele, que a sabe toda: "O senhor entrou no café e como consumidor final tem de pedir fatura." Eu: "Mas qual consumidor? E final? De onde é que me conhece para me chamar consumidor final?! Entrei no café para aquecer." Ele: "O senhor está a obtemperar..." Eu sabia, ponham uma autoridade tributária a fazer de gnr e ele fica logo a falar como um gnr... Fugi para a frente: "Exijo uma lavagem ao estômago para ver se há cafeína." Olhei para o interior do café e vi as saquetas de publicidade: "E tem de ser Delta! Porque ainda devo ter resíduos do Nespresso que tomei em casa..." O tributário hesitou, guardou o papelinho da contraordenação (é o que eu dizia, é assim que eles chamam à multa) e mandou-me seguir. Fiquei a vê-lo a caçar outro cliente. Este estava tramado, ainda mastigava o croissant... Dali até à esquina, fui pelo passeio sempre a fazer sinais de luzes aos consumidores finais que iam em sentido contrário.

Como gratificante é ler um controverso Francisco José Viegas, ex-secretário de estado da Cultura, mandar, no seu blogue A Origem das Espécies, o secretário Paulo Núncio levar no cú:

Caro Paulo Núncio: queria apenas avisar que, se por acaso, algum senhor da Autoridade Tributária e Aduaneira tentar «fiscalizar-me» à saída de uma loja, um café, um restaurante ou um bordel (quando forem legalizados) com o simpático objectivo de ver se eu pedi factura das despesas realizadas, lhe responderei que, com pena minha pela evidente má criação, terei de lhe pedir para ir tomar no cu, ou, em alternativa, que peça a minha detenção por desobediência. Ele, pobre funcionário, não tem culpa nenhuma; mas se a Autoridade Tributária e Aduaneira quiser cruzar informações sobre a vida dos cidadãos, primeiro que verifique se a C. N. de Proteção de Dados já deu o aval, depois que pague pela informação a quem quiser dá-la.

No Verão de 1995, João Pedro Cotrim, para a revista Ler, entrevistou Luiz Pacheco e perguntou-lhe:

- Mensagem para as novas gerações?

- PUTA QUE OS PARIU!

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