sábado, 21 de setembro de 2013

IMPLORANDO AS MELHORAS DE SALAZAR


21 de Setembro de 1968.

Boletim médico deste dia:

Às 20 horas o Sr. Presidente do Conselho apresentava a seguinte situação:
Pulso, 90 por minuto
Tensão arterial: máxima 17, mínima 8,5
Temperatura: 38º
Radiografia ao torax: pulmões normais
Continua com respiração assistida.
Pela primeira vez o Sr. Presidente do Conselho, manifestou indubitáveis reacções sensoriais: apesar disso mantém-se reservado o prognóstico.

Os jornais dão realce ao facto de portugueses de todos os credos religiosos continuam a afluir aos templos do País, implorando as melhoras do Presidente do Conselho. Eis uma amostra da geral preocupação em que o estado do ilustre enfermo lançou as populações de todo o território pátrio.

José Gomes Ferreira no 5º volume dos seus Dias Comuns:

Prevejo (profecia fácil) que os reaccionários tentarão manter o mito Salazar através dos tempos. Isso é: dar-lhe a autoridade da morte através dos tempos para impor a ditadura do medíocre que é uma das constantes da história do povo português, poucas vezes vencida e sempre por curtos períodos.
Nesse sentido vão meter nas cabeças das crianças que ele saneou as finanças (!) reformou o exército, abriu estradas, fabricou pontes, etc.,etc., para esgotar todos os sonhos passageiros portugueses.
Ó homens do futuro: aturem-no morto que nós aturámo-lo vivo – o que foi mais humilhante.
E quanto ao resto (tudo o que digam dele no Futuro) é mentira, é mentira, é mentira! É MENTIRA!

Legenda: O Ministro das Corporações fala aos jornalistas das mensagens dirigidas ao Prof. Oliveira Salazar pelos trabalhadores portugueses.

Fotografia e legenda do Notícias de Portugal, nº 1117

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