terça-feira, 31 de dezembro de 2013

DESPEDIDAS...


Hoje no Metro entre a Alameda e as Olaias, uma jovem, já não tão jovem quanto isso, conversa ao telemóvel – bem alto para toda a carruagem ouvir:

- O que te digo é que este ano foi péssimo, mas o próximo vai ser muito pior!...

- ?
- É como te digo…

- ?...

- Janto e enfio-me na cama, não quero saber de mais nada…

Miguel Torga, em Milão, no último dia do ano de 1932:

Não se pode dormir com tanta gente lá fora, aos uivos, a festejar o ano novo. Como se fosse possível um ano novo rer melhor do que o velho!

Vergílio Ferreira, no findar de 1978:

Estava eu a querer saber o que vou fazer este ano. Não sei.

António Alçada Baptista, em Dezembro de 1984:

Olho para o novo ano com fé e esperança. O meu incansável de sobrevivência faz-me recordar mais as alegrias que tive do que as tristezas. O que é que querem que eu faça? Gosto de viver e detesto a existência em forma de lamúria.

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